ATA DA TRIGÉSIMA OITAVA
SESSÃO SOLENE DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA
LEGISLATURA, EM 19-11-2002.
Aos dezenove dias do mês de
novembro do ano dois mil e dois, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio
Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezenove horas e doze
minutos, constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou
abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada à entrega do Título
Honorífico de Cidadão Emérito ao Senhor José Alberto Guerreiro, nos termos do
Projeto de Resolução nº 088/02 (Processo nº 2324/02), de autoria do Vereador
Reginaldo Pujol. Compuseram a MESA: o Vereador Carlos Alberto Garcia, 1°
Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, presidindo os trabalhos; o
Deputado Federal eleito José Otávio Germano; o Senhor Telmo Kruse, Presidente
do Conselho dos Cidadãos Honorários de Porto Alegre; o Senhor Ênio Roberto Dias
dos Reis, Presidente da Associação dos Transportadores de Passageiros – ATP; o
Senhor Oly Fachin, Presidente do Conselho Deliberativo do Grêmio Foot-Ball
Porto Alegrense; o Senhor José Alberto Guerreiro, Homenageado, e esposa,
Senhora Adiles Guerreiro; o Vereador João Carlos Nedel, 1° Secretário da Casa.
Também, foi registrada a presença do Coronel Irani Siqueira, representante do
Comando Militar do Sul. A seguir, o Senhor Presidente convidou a todos para, em
pé, ouvirem a execução do Hino Nacional e, após, concedeu a palavra aos
Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador Reginaldo Pujol, em nome das
Bancadas do PFL, PPS e PSB, teceu considerações sobre a vida pessoal e a
atuação profissional do Senhor José Alberto Guerreiro, especialmente como
empresário do transporte coletivo da Cidade e dirigente do Grêmio Foot-Ball
Porto Alegrense, justificando os motivos que levaram Sua Excelência a propor a
concessão do Título Honorífico de Cidadão Emérito a Sua Senhoria. Na ocasião, o
Senhor Presidente registrou a presença da Capitã Lisiane Salton Cesca,
representante do V Comando Aéreo Regional – COMAR – e, após, foi dada
continuidade às manifestações dos Senhores Vereadores. O Vereador João Bosco
Vaz, em nome da Bancada do PDT, destacou a justeza da concessão do Título
Honorífico de Cidadão Emérito ao Senhor José Alberto Guerreiro, enaltecendo a
dedicação e o empenho sempre demonstrados por Sua Senhoria em sua atuação
profissional e esportiva, notadamente quanto ao exercício do cargo de
Presidente do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense e gizando a importância do apoio
da família para a conquista de objetivos. O Vereador Fernando Záchia, em nome
da Bancada do PMDB, saudou o Senhor José Alberto Guerreiro pelo recebimento do
Título Honorífico de Cidadão Emérito, salientando sua alegria em participar da
presente solenidade e comentando a relevância da participação do Homenageado na
fundação e da Associação dos Transportadores de Passageiros – ATP. O Vereador
João Carlos Nedel, em nome das Bancadas do PPB e PSDB, prestou sua homenagem ao
Senhor José Alberto Guerreiro, discorrendo sobre o caráter empreendedor
demonstrado pelo Homenageado em suas atividades profissionais e comentando a
importância e a qualidade do trabalho desenvolvido por Sua Senhoria como
dirigente do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense. O Vereador Elói Guimarães, em
nome da Bancada do PTB, afirmou a justeza da homenagem hoje prestada pela
Câmara Municipal de Porto Alegre ao Senhor José Alberto Guerreiro, destacando
que o Título Honorífico de Cidadão Emérito, hoje concedido a Sua Senhoria,
representa o reconhecimento de todo o povo de Porto Alegre, expresso através de
seus representantes diretamente eleitos. A seguir, o Senhor Presidente convidou
o Vereador Reginaldo Pujol a proceder à entrega do Título Honorífico de Cidadão
Emérito ao Senhor José Alberto Guerreiro, convidou o Senhor Ênio Roberto Dias
dos Reis a proceder à entrega, ao Homenageado, em nome da Associação dos
Transportadores de Passageiros, de quadro alusivo à presente solenidade e,
após, concedeu a palavra ao Senhor José Alberto Guerreiro, que agradeceu o
Título recebido. Após, o Senhor Presidente registrou a presença do ex-Vereador
João Severiano, convidou os presentes para, em pé, ouvirem a execução do Hino
Rio-Grandense e, nada mais havendo a tratar, agradeceu a presença de todos e
declarou encerrados os trabalhos às vinte horas e quarenta e seis minutos,
convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora
regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Carlos Alberto Garcia e
secretariados pelo Vereador João Carlos Nedel. Do que eu, João Carlos Nedel, 1°
Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em
avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
Estão abertos os
trabalhos da presente Sessão Solene, destinada a homenagear o Sr. José Alberto
Guerreiro com o Título Honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre. Compõem a
Mesa: o homenageado, Sr. José Alberto Guerreiro e esposa; o Ex.mo
Sr. Dep. Federal recém-eleito José Otávio Germano; o Sr. Presidente do Conselho
dos Cidadãos Honorários de Porto Alegre, Sr. Telmo Kruse; o Sr. Presidente da
ATP, Empresário Ênio Roberto Dias dos Reis; o Sr. Presidente do Conselho
Deliberativo do Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense, Dr. Oly Fachin; o Sr.
Representante do Comando Militar do Sul, Coronel Irani Siqueira. Temos ainda
presentes: os senhores dirigentes, conselheiros, atletas e funcionários do
Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense, os senhores presidentes, dirigentes e
representantes de clubes esportivos; os senhores empresários, demais autoridades;
os senhores da imprensa, senhoras e senhores. Para esta Casa, esta noite é
motivo de orgulho pela concessão deste Título de Cidadão Emérito de Porto
Alegre.
Neste
momento, convidamos todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional.
(Ouve-se
o Hino Nacional.)
O
Ver. Reginaldo Pujol, proponente desta homenagem, está com a palavra. Falará
também pelas Bancadas do PPS e PSB.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.)
Evidente que no dia de hoje, numa solenidade deste porte, algumas indagações
surjam quase que naturalmente. Em primeiro lugar, cabe-me, como proponente,
fazer o discurso de fundo desta homenagem. Alinhavei algumas coisas, mas sinto
necessidade de acrescentar outras tantas. A primeira grande indagação que surge
esta noite é dirigida a mim, Reginaldo Pujol, Vereador há longo tempo nesta
Cidade, que tenho pautado a minha atuação na busca de dar aos títulos que esta
Casa oferece o destaque que a eles merece ser dado. Isto é, eu tenho buscado
qualificar a galeria de cidadãos honorários de Porto Alegre de forma muito
expressiva. Busquei sempre trazer grandes vultos da sociedade porto-alegrense e
gaúcha para integrar este seleto quadro, desde o meu prezado ex-professor,
grande jurista, Paulo Tovo, o empresário Luís Fernando Cirne Lima, o grande
artista gaúcho Miguel Ângelo Proença e outros tantos de idêntica qualificação.
Hoje,
perguntavam-me, meu caro Ubirajara: Por que o Guerreiro? Afinal o velho liberal
sucumbiu ao gremismo? Os seus critérios, tão seletivos, de uma hora para outra,
foram tomados pela emoção e pelo coração, e o Grêmio apagou toda aquela chama
de critério, toda aquela fita métrica com a qual ele desenhava as homenagens
que pretendia realizar? Ledo engano, Ver. Záchia. Mais do que nunca fui
criterioso na indicação, e os senhores foram felizes quando me acompanharam
unanimemente nessa decisão. Afinal de contas, quem é esse cidadão que fez com
que, repentinamente, para a surpresa de alguns, o Ver. Pujol, que sempre
afirmou e reafirmou os seus conceitos liberais, se deixasse tocar por esse
emocionalismo? Emocionalismo que, quero mais uma vez enfatizar, meu caro
Fachin, tem racionalidade no meio.
Eu
estou homenageando o José Alberto Machado Guerreiro, um homem nascido na nossa
Porto Alegre, lá no distante 06 de julho de 1949, naturalmente no Hospital São
Francisco. Era o segundo filho do casal Milton e Onira Guerreiro, que já tinha,
na ocasião, uma menina, a Nara, então com sete anos. Teve o nosso homenageado
uma infância e pré-adolescência muito felizes, na chamada Fazenda do Conde,
hoje Eldorado do Sul, onde seu pai, o Dr. Guerreiro, trabalhava sendo diretor
do Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor, o que fez durante
vinte e três anos. Assim, o Guerreiro pôde, como menino, lá no Conde, iniciar
os seus estudos, fazendo o primário no Grupo Escolar Professor Américo Braga.
Foi adiante, avançou na escola, foi cursar o ginásio no Colégio Estadual Cônego
Scherer, em Guaíba, desfrutando ali de grandes momentos, onde fez grandes
amizades, jogos de futebol, festas e, naturalmente, muitas travessuras no rio
Guaíba e no riacho do Conde. Nesse tempo, o futebol já se apresentava como uma
paixão na vida do Bebeto, como o José Alberto era conhecido na época.
Junto
com os amigos, organizava torneios, premiava com medalhas e troféus os
vencedores da ocasião. Nessas disputas, os times eram formados pelos filhos dos
médicos e funcionários do Instituto, tudo isso com o apoio do Dr. Milton
Guerreiro, emérito gremista e exemplo maior do Bebeto que, espelhando-se no
pai, não fazia distinção de classes sociais, convivendo fraternalmente com
todos os seus amigos, independente da condição dos seus pais.
Aos
dezesseis anos, Porto Alegre recuperou o Guerreiro. Como era tradição, na
ocasião, veio cursar o Científico na Capital. E ali no Colégio Rosário, em
Porto Alegre, foi aumentando o seu círculo de amizades, até que, num sábado,
houve um fato muito importante na sua vida: com dezoito anos, numa reunião daquelas
que eram tradicionais da época, as nossas reuniões dançantes de sábado,
provavelmente na casa do Sr. Amorim, numa garagem, conheceu uma moça, a Dona
Adiles. E com aquele otimismo e autoconfiança que sempre o caracterizou,
alertou os amigos que com ele freqüentavam a festa que iria casar com aquela
baixinha, que iria namorar aquela baixinha! Ela, realmente, haveria de aceitar
a proposta que ele haveria de fazer. Tamanha determinação foi recompensada,
porque dançou com a moça, namorou a moça, casou com a moça e convive com ela
por mais de vinte e seis anos, despertando, todo o tempo e todo o momento, para
as mesmas realidades do amor que a baixinha lhe havia provocado naquele
instante primeiro.
Hoje,
nós revivemos um pouco o passado e, é claro, o casamento do Guerreiro não foi
um fato que ocorreu com a rapidez que alguns podiam imaginar pela determinação
de que ele estava possuído na ocasião. Quase que a mesma época, ele cumpria o
serviço militar no CPOR, no Centro de Preparação dos Oficiais da Reserva. E,
nessas condições, veio a fazer, Zé Otávio e Fachin, o seu estágio como
aspirante na Cidade de Cachoeira do Sul. Já tinha uma predeterminação para
estar junto dos cachoeirenses, como hoje ele tem aqui na Mesa dois ilustres
cachoeirenses.
Do
CPOR ele traz grandes lembranças. Orgulha-se muito de ter pertencido ao time de
futebol da gloriosa Artilharia, arma que protegia. Assim, já aspirante das
Forças Armadas Brasileiras, veio a casar no dia 17 de maio de 1973, ali na
Igreja Santa Teresinha, cumprindo o que havia prometido quando conheceu Adiles,
o que lhe ensejou, naturalmente, com o passar do tempo, um aumento do seu
patrimônio, com o surgimento dos filhos, o Dudu, o Eduardo, o Rafael, a Renata
e a Daniela.
No
final da década de 70, José Alberto passa – e isso é muito importante – a
exercer a função de Dirigente e Treinador e começa a ser conhecido como “exímio
estrategista”. Foi treinador do Corsário, do qual foi um dos seus formadores, e
também de vários times infanto-juvenis, como a Escolinha do Grêmio e o Verona,
com o qual se consagrou como bicampeão do Praiano Dente-de-Leite.
Já
na vida profissional, José Alberto, que é formado em Economia pela PUC, com
especialização em Administração e Organização e Métodos, iniciou, em 1969, uma
carreira muito especial no IRGA, onde permaneceu até 1975, trabalhando como
Assistente Administrativo do então Presidente Ubirajara de Jesus Pereira, que
hoje nos honra com a sua presença.
Desligando-se
do IRGA, Guerreiro ingressou no universo do transporte coletivo de Porto Alegre,
como Diretor-Administrativo da Auto Viação Pinheiro Ltda. empresa de seu sogro,
o Sr. José Amorim Fernandes, que também nos honra com a presença nesta noite.
Mergulhou
nas tarefas novas que iniciou; trabalhou fortemente pela introdução do Projeto
da Tarifa Social e desenvolveu o trabalho para a implantação setorial da tarifa
única.
Sócio,
eleito em 1981, está, até hoje, como Diretor-Presidente da Sudeste Transportes
Coletivos Ltda., e é responsável por um dos mais arrojados empreendimentos, na
área do transporte coletivo, de operacionalização, dada sua extraordinária
experiência, na área de transportes coletivos urbanos, que se chama Operação
Integrada.
Fundou,
organizou e foi eleito Presidente de uma das mais prestigiosas e atuantes
entidades empresariais do País, a ATP – Associação dos Transportadores de
Passageiros de Porto Alegre -, entidade que dirigiu por quatro períodos, sendo
reeleito sucessivamente de 1984 até 1986. Assim, foi membro do Conselho
Municipal do Transporte Urbano; Vice-Presidente da Associação Nacional das
Empresas de Transportes Urbanos – NTU; membro do Conselho de Diretores da ANTP
e da Confederação Nacional dos Transportes; Sócio e Diretor do Conselho
Administrativo da Empresa Restinga Transportes Coletivos, desde 1989 até hoje;
sócio e membro do Conselho Administrativo da SOPAL. Nesse mesmo período, quando
mercê de sua experiência, foi instrutor da Fundação Centro de Formação do
Servidor Público – EBTU - Brasília.
Com
toda essa folha de experiência, Guerreiro foi palestrante e painelista de
vários congressos em todos o Estado e também em nível de Brasil. Fez diversas
consultorias e assessorias para empresas e entes públicos o que lhe
proporcionou ver publicados vários artigos em revistas e em jornais
especializados na área de transporte público. É um ex-professor da PUC do Rio
Grande do Sul, da cadeira de Administração, no curso de Ciências Econômicas,
bem como ex-professor concursado da Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
na cadeira de Administração e Finanças, de 1987 a 1997. Trabalhou em várias
bancas examinadoras, foi revisor de trabalhos de conclusão, e, mais tarde,
viria, com seus filhos, a fundar e dirigir a Banquet, empresa de
tíquetes-refeição.
E
no futebol, que também faz parte de sua vida, foi Diretor-Amador no Grêmio, de
1984 até 1987, e também da categoria de juniores, em 1988. Ex-Diretor de Marketing do Grêmio em 1991,
ex-Vice-Presidente de futebol em 1992, membro do Conselho Deliberativo do
Grêmio desde 1983, até hoje, sendo, afinal, eleito Presidente do Grêmio Foot-Ball
Porto Alegrense em 21 de dezembro de 1998, sendo reeleito em 18 de dezembro de
2000 e, se depender de vários gremistas que compõem o nosso corpo dirigente,
entre os quais me incluo, deverá ser reeleito novamente em dezembro do ano de
2002.
Assim,
meus senhores, cumpri a minha tarefa de fazer a exposição a respeito das
características do homenageado, cuja iniciativa me coube a honra de fazer.
Cumpre-me, agora, concluir não com o que foi solene, não com o que foi formal,
não com o que foi escrito, mas sim com aquilo que tenho dentro do coração. Não
enganei ninguém. Eu não escolhi apenas um amigo meu que, com desassombro,
assume a direção daquilo que é uma paixão na minha vida, que é o glorioso
Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense. Eu trouxe à Câmara de Vereadores de Porto
Alegre uma figura integral, um homem de sucesso, um empresário competente, um
homem que dirige e dirigiu um dos segmentos mais complexos da vida econômica de
todas as grandes cidades. Homenageei o Guerreiro gremista, o Guerreiro transportador,
o Guerreiro empresário, o Guerreiro cidadão, mas homenageei, sobretudo, o homem
Guerreiro, o exemplar chefe de família, ao pai extremoso, o tio extremoso, o
avô extremoso. E quando falo no avô, Luiz Fernando, existe um nepotismo todo
especial, porque na ausência dos netos ele se adonou da Bruna e a apresenta,
com orgulho, como sendo a sua neta predileta.
Mas,
senhores, esse cidadão, que é bom chefe de família, que é bom pai, que é bom
empresário, que é bom dirigente esportivo, é, sobretudo, um grande tipo humano,
um homem de grande coração. Atrás desta fleuma que, aparentemente, o faz um
homem superforte está escondido um grande coração, um grande amigo, um homem
capaz de se preocupar quando um amigo seu encontra-se em alguma dificuldade,
pode ser de saúde, pode ser existencial, pode ser de qualquer ordem, ele sempre
está presente nesse fato. Por isso eu sei, Guerreiro, que a tua mãe, a Dona
Onira, tem muito orgulho de ti, e ela sabe que aquela sementinha que o Dr.
Guerreiro deixou conosco prosperou muito bem, e que os galhos da família que
aumentaram ao longo desse tempo e que chegaram a essa árvore frondosa que a
família Amorim oferece, o Alci, a esposa, os teus sobrinhos de ambos os lados,
nessa frondosa árvore encontram as razões fundamentais para que eu não tenha
sido somente emocional e tenha sido, sobretudo, racional, porque procurei dar a
Porto Alegre, à galeria que o senhor preside, um exemplo dos mais qualificados,
digno de ser exaltado, porque deve-se exaltar todos aqueles que têm sucesso na
vida, que trabalham com competência em todos os segmentos que dirigem, mas que
fazem isso tudo com muito amor e, sobretudo, com responsabilidade social e com
responsabilidade com a sua comunidade.
Esse
é o Cidadão Emérito de Porto Alegre que nós consagramos na Lei, apenas para
formalizar, porque em verdade, Guerreiro, antes de nós termos por Lei te
declarado Cidadão Emérito de Porto Alegre, toda Porto Alegre já reconhecia que
tu efetivamente és um Cidadão Emérito desta Cidade. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
Registramos a presença
da Representante do V COMAR, Capitã Lisiane Salton Cesca.
O
Ver. João Bosco Vaz está com a palavra em nome da Bancada do PDT.
O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Em primeiro lugar, quero agradecer aos meus companheiros de
Bancada: ao Ver. Nereu D’Avila, Presidente do nosso Partido, ao Ver. Ervino
Besson, ao Ver. Isaac Ainhorn, ao Ver. Dr. Goulart, ao Ver. José Fortunati, que
me concederam a honra de eu poder fazer esse pronunciamento e saudar, em nome
do nosso Partido, o amigo Guerreiro.
Quando
o Ver. Reginaldo Pujol passou a lista preliminar – sempre, quando vamos
conceder um Título de Cidadão de Porto Alegre, costumamos colher as assinaturas
antes - e aí quando ele me entregou a lista e me disse: “Eu vou dar um Título.”
Eu perguntei: “Para quem?” Ele respondeu: “Para o Guerreiro.” Eu disse: “Então,
eu vou assinar, porque esse vai ser o único título que ele vai ganhar neste
ano.” Aí contei para o Guerreiro. O Guerreiro disse-me: “Olha, olha que eu vou
chegar!” E não é que esse homem vai ser campeão de novo! Já pegou uma
barbadinha pela frente que é o Juventude, que é freguês. Vai pegar outra
barbadinha também, depois, que é o São Paulo, que é freguês também, e que já
perdeu um Brasileiro para o Grêmio, e aí o homem vai para a final.
Estou
contando isso, Guerreiro, não apenas para descontrair e sair um pouco dessa
formalidade, mas para realçar o teu carisma como amigo, como pessoa, como
empresário e desportista. Inclusive, quando a nossa Assessora de Relações
Públicas e o nosso Cerimonial, Guerreiro, trouxeram a lista, passaram a lista
aqui também para saber qual é o Vereador que iria falar... Então, disseram:
“Esse não quer falar, o outro quer.” Há um “colorado” ilustre aqui que vai
falar daqui a pouco, um ex-dirigente, o Inter estaria indo para a segunda
divisão e ele disse: “Mas como é que eu vou falar, vou estar na segunda divisão
e vou ter que saudar o homem que vai estar classificado! Mas vou ter de falar.”
Não é verdade? “Vou ter de falar.”
Então,
esses todos são os teus amigos desta Casa, pessoas que não torcem pelo mesmo
clube teu, mas são pessoas que admiram esse teu desprendimento, essa tua
maneira de ser.
Eu,
pessoalmente, Guerreiro, admiro muito essa tua questão familiar, porque tu
nunca estás sozinho. A Adiles está contigo nos jogos e, quando tu nem eras
ainda o Presidente do Grêmio, as meninas, o Dudu, o Rafael, as noras, os
genros. Isso é importante, Guerreiro, principalmente para um cargo desses que
tu ocupas, um cargo de pressão, um cargo de dificuldades, um cargo de muita
negociação e é preciso que um cidadão da tua estatura tenha por trás a família.
Eu sempre digo aqui, nas nossas homenagens, que a família é a maior instituição
que nós temos ainda. Nós não somos absolutamente ninguém sem o apoio familiar:
o apoio dos nossos filhos, da nossa esposa. Eu sou testemunha que isso nunca te
faltou, Guerreiro, principalmente naqueles momentos que tu tens que dividir o
teu coração entre a paixão e a razão: paixão do torcedor, que não quer mandar o
Zinho embora porque sabe que ele é importante, e a razão do dirigente que sabe
que tem que administrar um clube que não é seu, que não é dos dirigentes, mas é
um clube que pertence aos torcedores.
Esta
deve ser, no teu dia-a-dia, Guerreiro, a maior dúvida, a maior indecisão: ter
que dividir o teu coração entre a razão de Presidente, de dirigente, e a paixão
do torcedor.
Milhares
e milhares de gremistas aprenderam a conviver, mesmo nos momentos mais
difíceis, Guerreiro, com a tua serenidade, com a tua tranqüilidade, mesmo na
adversidade, mesmo quando as coisas não estão de acordo com aquilo que tu
projetaste juntamente com os teus companheiros.
Quero
aqui deixar o abraço do PDT, o abraço dos teus amigos, e dizer que, mais uma
vez, por tua solicitação, apresentei Projeto, nesta Casa, para transformar o
nome daquela rua que vai do Largo dos Campeões até a José de Alencar para Rua
Patrono Fernando Kröeff. Nós já tínhamos antes apresentado o Projeto e aprovado
aquela Rua que doamos ao Grêmio, onde o Grêmio fez uma bela obra, e agora vamos
transformar aquele pedaço, por sugestão do Presidente Guerreiro, em Rua Patrono
Fernando Kröeff. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
O Ver. Fernando Záchia
está com a palavra e falará em nome do PMDB.
O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) O Ver. João Bosco Vaz, que é meu
particular amigo, quando contava a história ao Presidente Guerreiro, ela não é
verdadeira. Não é verdadeira por duas coisas: primeiro, pela convicção de que,
apesar de todas as dificuldades, o meu time permaneceria na primeira divisão;
segundo, que esse Título é daqueles títulos inquestionáveis. Quando o Ver.
Pujol apresentava a proposta para que nós, Vereadores, pudéssemos votar essa
matéria, eu digo, Guerreiro, que facilita, quando quem vai votar, no meu caso,
é um adversário no campo esportivo, porque, quando nós somos companheiros,
quando nós somos amigos, nós estamos motivados pela razão de sermos amigos;
quando nós somos adversários, e o adversário é no aspecto público, isso pode,
às vezes, dificultar, mas digo que, nesse caso específico, valoriza o voto,
porque fiz questão de votar. Eu dizia ao Ver. Pujol que, quando da entrega – e
tomara que eu ainda estivesse nesta Casa como Vereador -, eu faria questão de
falar, porque falo de um adversário pelo qual tenho respeito e admiração.
Independentemente da relação pessoal que eu possa ter com o Guerreiro, já há
trinta anos - quando militávamos no futebol de várzea, o Guerreiro como
dirigente do Corsário e eu como dirigente de um outro clube -, tenho respeito
pelo dirigente esportivo, tenho admiração pela capacidade, pela competência do
dirigente esportivo, e recordo-me que, quando o ex-presidente do Internacional
Marcelo Feijó faleceu, o Presidente do Grêmio, que é o nosso homenageado,
colocava a bandeira do Grêmio, do seu Clube - o maior adversário do Marcelo
Feijó -, a meio pau em sinal de respeito, em sinal de luto, em sinal de que os
dois maiores clubes deste Estado obrigatoriamente têm de ter essa convivência
absolutamente amistosa. Essa é uma característica do nosso homenageado; esse é
o perfil do Guerreiro, um homem que luta como poucos por aquilo que acredita,
que é o seu Grêmio, mas que respeita, como poucos, os outros que são
adversários no campo esportivo. Então faço questão de fazer esta manifestação,
este registro, como Vereador de Porto Alegre, mas como um Vereador identificado
com o Internacional, que vem aqui homenagear, na Câmara Municipal, este homem
que tem uma relação esportiva.
Mas
nós, Vereadores, quando votamos essa matéria, evidentemente, fizemos a
reflexão, não só com referência àquele homenageado, àquele homem identificado
como agremiação esportiva; pensamos no cidadão, pensamos no homem, e
lembrávamos do Presidente da ATP, um homem que teve uma participação decisiva e
vital na organização do sistema de transporte coletivo da cidade de Porto
Alegre, um homem que fez com que isso evoluísse. Hoje, o sistema de transporte
na cidade de Porto Alegre é um exemplo em relação às demais capitais do Brasil.
Evidentemente há a participação do Ênio Roberto, de todos os outros
companheiros da ATP, mas o Guerreiro iniciava esse processo há muito tempo com
a visão de dirigente de uma entidade, com a visão da necessidade da grande
Cidade e como porto-alegrense. Queria e quis que tivéssemos uma cidade mais
organizada, uma cidade com uma qualidade de vida melhor, e, através do sistema
de transporte, participava e mostrava ali, de fato, suas qualidades também como
dirigente. Esse é o homem que a Câmara, que o Ver. Pujol propiciou que nós
pudéssemos aqui homenagear, e, sem dúvida alguma, sei disso pela experiência de
estar nesta Casa há dez anos e em virtude de outras tantas homenagens que aqui
fizemos a homens ilustres que ajudaram a construir esta Cidade, que fizeram,
através das suas atividades profissionais e pessoais, com que Porto Alegre
tivesse o sucesso e propiciasse o encanto que temos por esta Cidade. Vejo aqui
o Dr. Lauro Noguês que, na semana passada, ganhava o Título de Cidadão, e
constato que com muita freqüência, Ver. Pujol, e Ver. João Bosco que deu o Título
ao Dr. Lauro, muitos gremistas estão recebendo este Título, o que é bom, é
sinal de que Porto Alegre tem também o sucesso nesse aspecto, que é a
participação decisiva desses queridos amigos. Mas eu tenho a convicção absoluta
de que hoje, quando o nosso homenageado, que é natural, vai estar fazendo a
reflexão, vai estar pensando ali, fazendo a avaliação, revendo toda a sua
trajetória, toda a sua história, nascido aqui em Porto Alegre, o quanto foi
importante, Guerreiro, a tua participação para que nós tivéssemos uma cidade
encantadora, uma cidade com todo o sucesso que nós queremos, eu penso que isso
é determinante.
Quando
lá atrás se criava a tarifa social, quando havia a tua participação, pensava
também na questão social da cidade de Porto Alegre, não ficamos pensando
somente na questão de clube, que é importante; não ficamos pensando também
somente na questão empresarial, que era decisiva, mas estamos indo na avaliação
do homem, quando ele tem a preocupação com o aspecto social. Ora, quem pensa
nisso, quem pensa nas desigualdades sociais desta Cidade, que pode minimizar ou
que pode melhorar, tem, sem dúvida alguma, a razão para que possamos justificar
este Título.
Com
muita honra e com muito orgulho, ainda Vereador desta Cidade, posso estar aqui
me manifestando, dizendo e cumprimentando o Ver. Pujol pela iniciativa, e que
bom que Porto Alegre terá dentro da sua galeria de ilustres nomes o do nosso
homenageado José Alberto Guerreiro! Parabéns. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
O Ver. João Carlos Nedel
está com a palavra e falará em nome da sua Bancada, o PPB, e também pela
Bancada do PSDB.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Sou daquelas pessoas que acreditam na pessoa humana, dos que
acreditam que a pessoa humana tem a capacidade e os talentos para ser parceira
de Deus na construção de um mundo melhor. E acredito, juntamente com Ubirajara
de Jesus Pereira e o Coronel Irani Siqueira, que é na família, especialmente,
que a pessoa se realiza e onde busca o suporte para cumprir sua missão de
melhorar a sociedade. Por causa desses credos, o Título de Cidadão Emérito que
esta Câmara entrega a José Alberto Guerreiro assume um valor incomensurável,
pois temos aqui um homem que está cumprindo com elevados méritos a sua missão.
É
um homem que está sendo parceiro de Deus, pois na sua empresa cria empregos e
gera impostos, ajudando, meu caro Herberto Lühring a sustentar setecentas e
trinta famílias, dando-lhes a dignidade de um emprego, uma das maiores
carências no mundo de hoje. E, como dirigente do Grêmio, dá imensa alegria a
mais de cinco milhões de rio-grandenses.
Mas,
como disse, é na família onde o homem se realiza, e o Ver. Pujol é testemunha
disso, com a sua Maria.
Católico,
participante do XVI Encontro de Casais com Cristo da Paróquia Sagrada Família,
lá do Pároco Severino Brum, colorado, casado há vinte e nove anos com a Sr.ª
Adiles. Dela ouvi há pouco, Reginaldo Pujol e Maria, uma declaração de amor. E
por acreditar no amor vou revelar a todos: “O Guerreiro, diz a Adiles, é uma
pessoa maravilhosa, com um imenso senso de justiça, é um homem leal e de fortes
princípios morais. É um homem de diálogo, que sempre orienta a família dentro
dos mais elevados valores morais.”
Que
beleza ouvir isso Guerreiro, que beleza! E tem mais: de um de teus filhos,
ouvi: “O pai é um homem caseiro, aglutinador, com idéias fortes, mas que sabe
escutar e mudar de opinião se a razão estiver com o seu interlocutor. O pai
discute conosco as viagens e as férias e nos orienta para a vida.” Guerreiro,
sem dúvida, a família é a tua maior conquista. É por isso, em nome da Bancada
do Partido Progressista Brasileiro, a que tenho a honra de pertencer,
juntamente com o Ver. João Antonio Dib, Ver. Pedro Américo Leal e Ver. Beto
Moesch, ainda é o mesmo Partido do Deputado, recém-eleito, José Otávio Germano
e do nosso querido Oly Fachin; eu também falo em nome da Bancada do PSDB, do
nosso Ver. Paulo Brum, aqui presente, agora também eleito Deputado Estadual, e
do Ver. Antonio Hohlfeldt, agora eleito Vice-Governador do Estado, por isso,
Guerreiro, essas duas Bancadas te cumprimentam efusivamente e afirmam que Porto
Alegre orgulham-se de te ter como Cidadão Emérito. Que Deus continue te
abençoando, a ti, a tua família e a todos os teus empreendimentos. Parabéns!
(Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
O Ver. Elói Guimarães
está com a palavra e falará em nome do PTB.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Quando o historiador do futuro
escrever sobre a história de Porto Alegre, em especial sobre a história do
transporte coletivo em Porto Alegre, ele, evidentemente, haverá de dedicar
largos espaços a um homem, a um empresário, a um cidadão que empreendeu um
magnífico trabalho no desenvolvimento de uma atividade vital à Cidade que é o
transporte coletivo, que é o transporte de massa. Mas vendo o Guerreiro aqui,
sentado à Mesa, com seus familiares, volto ao tempo passado, do ônibus, e me
situo, Ver. Reginaldo Pujol, exatamente, lá por 1985, 1986, 1987, num período
no qual o transporte coletivo, no Brasil e na cidade de Porto Alegre,
atravessava a sua maior crise, uma profunda crise em que havia um conjunto de
fatores ligados à falta de remuneração da tarifa - logo depois vinha o
vale-transporte, que amenizava as pressões sociais. Exatamente naquele cenário
o Presidente de então da ATP, o Guerreiro, juntamente com um grupo de
empresários, com muita luta, com muita seriedade, com muita honestidade, com
muito talento, com muita serenidade, comandava o transporte público em nossa
Cidade.
Então,
eu gostaria de dizer que este Título, Ver. Reginaldo Pujol, esta cidadania
emérita o Guerreiro fez por merecer muito e muito antes de assumir outros
cargos, em especial a Presidência desse importante clube brasileiro, que é o
Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense. Às vezes fico a pensar: foi preciso o
Guerreiro chegar ao Grêmio para receber o Título de Cidadão Emérito de Porto
Alegre! E uma rápida análise se impõe. É que se constituiu nesta Cidade, e, num
determinado momento, neste País, um preconceito lamentável, principalmente em
Porto Alegre, com aqueles, muitos deles presentes aqui, que tinham e têm esta
magnífica missão do transporte coletivo, porque num determinado momento da
história da Cidade, Fachin, todo processo tarifário de Porto Alegre foi
ideologizado, e, a partir daí, criaram-se condições um tanto adversas àqueles
cidadãos de bem, honrados, que, naquela época – hoje os tempos mudaram,
felizmente –, faziam o transporte em nossa Cidade.
Eu
tive a oportunidade - à época do Prefeito Dr. Alceu Collares, por um período
fui Secretário dos Transportes - de enfrentar aquela situação, aquela crise, em
que, como órgão de gerência, sob pressões as mais selvagens, muitas vezes não
podíamos dar à tarifa o que efetivamente os custos determinavam. A pressão era
imensa, violenta, selvagem! Naquele verdadeiro hemisfério, uma figura sobressaía
serena, tranqüila, educada e justa na condução, na administração, daquele
processo importante e fundamental para o desenvolvimento do Município: era
exatamente a figura do nosso querido homenageado. Ele, com toda a justiça, Ver.
Reginaldo Pujol, sem favor nenhum, merece, e de há muito, esta gratidão da
Cidade ao seu trabalho e a sua luta. Nós temos aqui, Guerreiro, reiteradamente
dito, que, quando fala um Vereador na tribuna, é a Cidade que fala. Então, é
exatamente a cidade de Porto Alegre que te quer agradecer, pelo teu trabalho,
pela tua luta, empreendida juntamente com os teus companheiros: o Ênio Roberto,
aqui, e tantos outros que muito fizeram para o transporte coletivo da cidade de
Porto Alegre.
Logo
em seguida tivemos todos aqueles fatos traumatizantes na Cidade, e tu, como o
próprio nome indica, um verdadeiro guerreiro, não se entregou. Lutou sempre e
sempre o bom combate. A tua atuação, eu dizia quando assumias a presidência do
Grêmio, embora eu colorado, mandava um telegrama ao homenageado, dizendo:
“Embora colorado, eu quero desejar plenos êxitos frente ao Grêmio.” E dizia
ainda mais: “Olha, o Grêmio ganha um grande administrador, um homem sereno,
tranqüilo, um homem convicto das suas posições.”
Então,
é um momento de extrema importância para nós aqui da Câmara Municipal, para a
Cidade, podermos aqui homenagear, e eu o faço em nome também de um ex-atleta do
Grêmio, o Ver. Cassiá Carpes, do PTB. Portanto, queremos aqui trazer exatamente
a nossa homenagem e dizer que continues e vais continuar, porque és um homem
jovem e passa a te integrar a partir de hoje nesse Conselho de Cidadãos de
Porto Alegre, que é o maior Conselho da cidade de Porto Alegre, porque reúne as
mais diferentes figuras representativas e prestativas de serviços à Cidade, ao
Estado e ao País, que tem na presidência essa querida figura do médico, do Dr.
Telmo Kruse.
Então,
receba a nossa homenagem, a nossa saudação e possivelmente, eu faço de público,
Guerreiro, talvez algumas desculpas por aqueles confrontos, muitas vezes, onde
éramos levados, premidos, pressionados por situações que nos colocavam naquelas
oportunidades e que muitas vezes – quero dizer publicamente aqui –, muitas
decisões, talvez, lhe tenham faltado com aquele apreço que se fazia
imprescindível, porque o momento era de extrema gravidade. Tanto é verdade que
atacar o transporte coletivo fez fortunas eleitorais, fez crescer partidos
políticos e no campo partidário.
Portanto,
receba com carinho a nossa saudação, tu, a tua família, teus amigos aqui
presentes, porque, efetivamente, esta homenagem, trazida pelo Ver. Pujol a tua
pessoa, é absolutamente justa e de muita correção. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
Convido o Ver. Reginaldo
Pujol a proceder à entrega do Título Honorífico de Cidadão Emérito de Porto
Alegre ao Sr. José Alberto Guerreiro.
(Procede-se
à entrega do Título.) (Palmas.)
Queremos
convidar também o empresário Ênio Roberto Dias dos Reis, Presidente da ATP,
para fazer uma homenagem ao nosso Cidadão Emérito de Porto Alegre.
(Procede-se
à homenagem.) (Palmas.)
(Lê.) “Economista José Alberto Guerreiro,
Cidadão Emérito de Porto Alegre, a ATP sente-se, igualmente, honrada pela justa
homenagem que a cidade de Porto Alegre presta a um dos seus mais ilustres
Cidadãos, que para nosso orgulho projeta-se tanto como empresário de Transporte
Coletivo Urbano, quanto como participante das causas sociais, políticas,
esportistas e administrativas da nossa Cidade. Porto Alegre, 19 de novembro de
2002. Associação dos Transportadores de Passageiros.” ( Palmas.)
Depois
dessas inúmeras homenagens, um momento tão aguardado, o momento de ouvir aquele
que é a razão de nós estarmos aqui nesta noite. Neste momento, queremos
convidar o mais novo Cidadão Emérito de Porto Alegre, Sr. José Alberto
Guerreiro para utilizar a nossa tribuna. (Palmas.)
O
SR. JOSÉ ALBERTO GUERREIRO:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) O Título Honorífico que hoje recebo de Cidadão Emérito de Porto
Alegre me estimula como empresário, me promove como esportista e me afaga como
ser humano. Hoje é um dia de agradecimentos. Quero começar pelo meu pai, meu
ídolo, meu grande exemplo, a quem, juntamente com a minha mãe, que está aqui,
minha querida D. Nira, eu devo tudo, o exemplo de correção, de honestidade, de
caráter, que, durante toda a sua vida, esse casal me deu. Em todos os momentos
da minha formação, eles estavam juntos me dizendo sempre o que era certo e o
que era errado. E o mais importante: me apontando o que era certo, mas me dando
o direito de decidir. Acho que isso é orientação; isso é ser pai; isso é ser
mãe. Eu nunca vou esquecer disso.
Quero
lembrar aqui também da minha querida irmã que perdi muito cedo, mas que, por
essas coisas da vida, me deixou três sobrinhos maravilhosos que eu já adotei,
são sobrinhos-filhos que já me deram netos, e eu vejo o Fernandinho ali,
querido neto do vô. Isso foi o início, e como disse aqui o Bosco: “A família é
a base de tudo.”
Eu,
hoje, quando pensava o que diria aqui para os senhores, pensava sempre em
agradecer, porque, quando se recebe um título como este, só pensamos em
agradecer aos amigos que lembraram que a gente, algum dia, fez alguma coisa de
bom para os nossos semelhantes, e eu começava a me lembrar da minha infância,
lá em Guaíba, aquilo tudo que o Pujol relatou, e chegava à conclusão do porquê
ter feito muita questão de morar no morro Santa Tereza, e só hoje, Pujol, eu me
dei conta do motivo disso: é que, ao abrir a minha janela, vejo a minha querida
Guaíba e também vejo a minha querida Porto Alegre. Então, abrindo a janela, eu
encontro as minhas duas raízes, e entendi o porquê dessa questão que eu fazia
de morar lá no morro.
Depois
de fazer a minha formação lá no IPV, lá em Guaíba, eu vim para Porto Alegre
para estudar no Rosário, fazer o CPOR, e o Pujol citou uma coisa que tem uma
importância decisiva em minha vida, que eu reputo que tudo o que consegui tem a
ver com este dia, com esta data, com esta hora, e eu não sou bom de guardar
números, não sou bom de guardar datas, mas eu me lembro de um dia de abril de
1968, quando eu conheci a Dona Adiles. E é verdade isso, foi amor à primeira
vista mesmo, e eu disse que queria casar com ela, tudo isso é verdade, mas
nunca mais nos separamos. Se alguma coisa eu consegui na minha vida, ela tem
uma participação que vocês nem conseguem calcular. Vocês nem conseguem calcular
o tamanho disso; às vezes, nem eu o sei, e, quando eu me lembro disso, eu tenho
de agradecer ao Sr. Zé e à dona Leda, que não são apenas meus sogros, ele que
não é somente o meu sogro, e ela não é somente a minha sogra, são meus segundos
pais; a dona Leda, com seu carinho, a dona Leda que nos ajudou a criar os
nossos filhos, e nunca vou esquecer disso. O seu Zé, que me incutiu o gosto por
ônibus; ele é o culpado, foi ele quem me ensinou tudo isso, foi ele quem me
levou a essas coisas. Mas, antes dos ônibus, trabalhei no Instituto
Rio-Grandense do Arroz, e quero dizer de público que aprendi muito - aprendi
como talvez não tenha aprendido na Faculdade, e em muitos lugares - com uma
pessoa que está aqui e que muito me honra, Dr. Ubirajara de Jesus Pereira. O
meu padrinho de casamento, meu amigo, exemplo de dignidade, de correção e que
foi uma escola. Isso eu repito para todas as pessoas que conheço, Bira - os
amigos a gente chama de Bira. E tu viste, aqui, hoje, quando encontramos o
Pegoraro, ele disse: “Ah, então esse é o Bira que falavas!” É verdade.
Alguns
anos atrás, recebi uma homenagem do CPOR, de Aluno Destaque, acho que foi um
grande erro, porque, se alguém tinha que homenagear o CPOR, essa pessoa tinha
que ter sido eu. Porque a importância do CPOR na minha formação é algo que não
me canso de repetir. Os ensinamentos que lá recebi, aplico-os até hoje em todos
os lugares onde fui chamado a administrar, a ter a capacidade de tomar
decisões, a ser justo com as pessoas que dirijo. Então, lá se fazia uma
inversão. Nesses episódios todos que estou citando, sempre o Grêmio está
misturado. Está misturado quando, lá, ainda em Guaíba... Lembro-me de um título
fantástico, o de Supercampeão Gaúcho, conquistado em 1962, num jogo extra no
Estádio Olímpico, que aliás comemoramos este ano, na nossa festa de noventa e
nove anos. Tempos bons aqueles Dr. Pedro, em treze campeonatos, ganhamos doze.
Mas o esporte nem sempre é assim... Depois o Grêmio sempre na minha vida, e eu
vibrando quando o Zequinha, num dia, à noite, no Beira Rio, ganhamos do grande
Internacional de três a um. Foi uma glória, porque ali, Záchia, os tempos não
eram muito bons. Mas o esporte é assim, ganha-se, perde-se, mas o importante eu
acho que é o que tu disseste, os dois são grandes, e o importante é que nós
tenhamos a capacidade de entender que é muito difícil a função de dirigente, e
que nós temos que nos respeitar mutuamente para o bem do esporte. Mas a vida
continuou, aquela paixão à primeira vista passou a ser a minha esposa, e aí
vieram o Eduardo, o Rafael, a Renata, a Daniela, hoje, já o Rafa com a Mariana;
o Dudu com a Laura, e assim vai, já tem vários agregados,que nem eu sempre
digo, todos gremistas. Essa é a condição.
Para concluir, eu quero
dizer a vocês que eu também sei, eu também acho e faço disso o lema da minha
vida: a família é a base de tudo. Se é verdade que eu discuto as viagens, se é
verdade que eu discuto tudo com meus filhos, é verdade que eu também aceito
muitas e muitas coisas que eles me dizem. A Dona Adiles, às vezes, eu já nem
sei se a idéia é minha ou se é dela, tantas são as discussões que se misturam.
Mas eu posso dizer a vocês que eu seria muito menor sem ela.
Para
terminar, eu quero dizer uma coisa a vocês, porque eu penso que a busca da
felicidade é tudo, felicidade total não existe, existem bons momentos. E cabe a
nós fazermos com que os nossos bons momentos sejam melhores. Por isso finalizo
dizendo que aprendi, ao longo da minha vida, que somos menos do que
gostaríamos, e sempre ambicionamos mais do que conseguimos alcançar, mas
aprendi também que, talvez, a felicidade seja a busca continuada dessa utopia.
Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
Registramos, além dos
Vereadores que falaram nesta Sessão - Vereadores Reginaldo Pujol, João Bosco
Vaz, Fernando Záchia, João Carlos Nedel e Elói Guimarães - a presença dos
Vereadores Paulo Brum, eleito Deputado Estadual, Nereu D’Avila, Ervino Besson,
Isaac Ainhorn e Adeli Sell. Queremos fazer uma saudação especial ao nosso
sempre Vereador e ex-Deputado João Severiano. (Palmas.)
Prezado
Cidadão Emérito José Alberto Guerreiro, em nome desta Casa queremos, mais uma
vez, parabenizá-lo e parabenizar o Ver. Reginaldo Pujol, que, numa Cidade com
um milhão e quinhentos mil habitantes, foi lá no fundo pinçar alguém. E o fez
com propriedade, porque esta noite parecia até um programa antigo de televisão,
que dizia Esta é a Sua Vida, porque
se conheceu um pouco mais de José Alberto Guerreiro, aquele que, talvez, tenha
sido indicado pelo Ver. Reginaldo Pujol como o futuro presidente do centenário
do Grêmio. (Palmas.) Mas, o importante é que se conheceu um pouco mais do
desportista, do presidente, do empreendedor, do empresário, do professor, do
esposo, do pai e, principalmente, do homem-cidadão.
Portanto,
Guerreiro, receba, em nome desta Casa, em nome dos trinta e três Vereadores, esta
homenagem, e pode ter a certeza de que a cidade de Porto Alegre te agradece
muito, porque tu és daqueles homens que fazem história, que fazem história com
amor, com paixão, e principalmente com responsabilidade social. Desejamos que
continues sempre com esse teu carisma, com essa tua perseverança, sempre
transformando a vida, como disseste, em bons momentos e em busca dessa
felicidade, que pode ser utópica, mas que sempre o é em bons momentos para
aqueles que acreditam e lutam por uma vida melhor para todos.
Em
nome desta Casa, mais uma vez, queremos parabenizá-lo, porque hoje a cidade de
Porto Alegre reconhece o seu ilustre Cidadão Emérito José Alberto Guerreiro.
Convidamos
todos os presentes para ouvirmos o Hino Rio-Grandense.
(Ouve-se
o Hino Rio-Grandense.)
Agradecemos
a todos pela presença e damos por encerrada a presente Sessão Solene.
(Encerra-se
a Sessão às 20h46min.)
* * * * *